Desconstruindo o que erguemos

Então os
filhos de Israel responderam a Yahweh:
“Ó SENHOR, de fato, nós pecamos contra ti! Trata-nos, pois, como melhor te
parecer, mas somente te suplicamos que nos libertes neste dia terrível!”. Em seguida eles destruíram os
objetos sagrados e imagens que haviam confeccionado em adoração aos deuses
pagãos e prestaram culto ao SENHOR. Então Yahweh teve profunda compaixão deles e não suportou mais o
sofrimento do seu povo.
Juízes
10:15-16
Há não muito tempo ouvi uma palavra do pastor Nino gravada em 2006 em que ele falava sobre as pragas do Egito. Durante a palavra, ele explicou o significado de cada praga e expôs o que cada uma delas quebrava no contexto egípcio. Cada uma das pragas era uma afronta a um deus diferente, mostrando a soberania de Deus no contexto politeísta e sua facilidade em derrubar aquilo a que as pessoas dão poder. E, mais uma vez, ele está fazendo isso. Agora, no Brasil.
Claro, existe todo o contexto biológico, cientifico, natural, físico e político, mas os cristãos e profetas (até os que apenas se auto consideram) devem estar atentos ao espiritual e profético do que está ocorrendo. E há muito espiritual e profético ao nosso redor nesses dias para ser interpretado. Creio tristemente que há mais para ser entendido do que pessoas dispostas a entender. Tenho visto muito mais apego ao econômico e crise do que à solução de tudo.
Indubitavelmente há algo acontecendo no mundo, mas vamos voltar a nossa atenção ao que nos diz respeito: nosso país.
A “praga”, que intitulamos como corona vírus, desestabilizou tudo o que se tinha como segurança, tudo em que encontrávamos conforto. A economia está incerta e os templos religiosos inutilizáveis. Dessa forma, nos voltou para o que deveria realmente nos dar segurança e conforto: Deus e nossas casas. As congregações que antes mal abrigavam a quantidade de membros estão com espaço sobrando, os eventos que mantinham o “fogo” aceso estão proibidos e as estrelas dos púlpitos não tem mais atenção dos olhares e aplausos. Como sobreviver a isso? Para começar, isso já devia estar morto. Melhor seria se nunca tivesse vivido. A congregação agora deve ser à mesa, o fogo deve continuar queimando no altar do coração e a atenção deve ser totalmente àquele que é o centro de todas as coisas. É uma grande alegria se reunir em uma comunidade de fé e cantar no meio da congregação, mas a alegria e o louvor não devem ser limitados a elas. Deus nos mostra agora que podemos “ser” mesmo quando não podemos “estar”. Os dois ou três reunidos agora têm laço familiar. O sacerdote do lar direciona o culto ao único que é digno de receber. Nunca precisamos de coisas grandes, mas nos apegamos a elas. Deus retirou o deus do estrelismo e da centralidade diversa. Teve misericórdia de nós e voltou nossa atenção para ele como um pai segurando o rosto do filho enquanto fala.
Diante do cenário político, vejo mais incertezas expostas. Alguém que antes era tido como “exemplar e honesto e de quem nada se podia dizer” teve seu messianismo questionado. Ora, se a pessoa e o governo aos quais confiamos nosso país se desestabilizaram, em quem confiar? E agora? Em quem depositaremos a esperança? Continuaremos insistindo em homens? Não! Focaremos em quem sempre deviamos focar: no que estabelece e tira reis. O “salvador da pátria” nunca foi de carne e osso. Aos que acharam isso lamento informar, mas erraram. Não há dúvidas de que qualquer um pode ser usado por Deus (QUALQUER UM), seja para estender a mão a alguém ou ajudar a reestruturar um país, mas a palavra chave é “usado”. A partir do momento em que o instrumento se destaca mais do que aquele que o utiliza, inicia-se a idolatria. Foi isso o que ocorreu. Elegemos um presidente pelos princípios, por expressar algo com o qual concordamos. Isso é excelente. Foi um posicionamento cristão. Fizemos o que devíamos fazer. Mas nos perdemos no caminho. Nunca foi um presidente, sempre foi a mão que constrói e destrói. Deus retirou o deus da idolatria política e da confiança errônea. Mostrou-nos agora que não há um inquestionável a não ser ele. Descobrimos, de novo, que todos, sem exceção, são propícios a ações erradas e posicionamentos duvidosos. Lembrou-nos que do pó viemos e ao pó voltaremos, bem como todos os soberanos nacionais.
São tempos de densas trevas, mas ainda há altares para serem derrubados. Perguntemos: o que mais, Senhor, quer nos dizer? Onde mais, Pai, o Brasil tem errado?
Creio que as respostas a isso estão próximas, mas talvez nossa disposição ao arrependimento não esteja tão próxima assim. Em juízes, quando os israelitas precisaram demonstrar arrependimento quebraram os altares e objetos, que era o que os dava segurança, e lançaram fora pela libertação do “dia mal”. Passamos por dias maus, e o que temos quebrado por isso? Essas coisas que em nada estão relacionadas (um vírus e uma mudança no cenário político) acompanharam uma a outra por pura coincidência? Com Deus não é assim. Ele não lançaria dados com uma nação que foi entregue a ele. Ele está procurando corações alcançáveis. Está usando tudo isso para separar o disposto do indisposto, o joio do trigo, o que quebra o altar do que o reforça, o que se desespera do que confia.
E quanto às incertezas? Estão nas mãos de um Deus certo. Nada a preocupar até aqui.
Que mesmo no meio do caos consigamos focar na luz.
Taínny Galvão
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